Sabemos que a planificação das refeições é algo muito importante para a nossa família, quando damos com o nosso petiz a trautear a canção “A Vida Toda”, da Carolina Deslandes, nos seguintes moldes:
“Fizemos pequeno-almoço para a vida todaaaa…”
Em 2015, escrevi um post sobre os dez tipos de mães de crianças com alergia alimentar. Três anos depois resolvi voltar a este tema, que me é tão caro, e discorrer sobre os dez tipos de mães de crianças com alergia alimentar, nos grupos do Facebook. Lavoisier Para esta mãe, nas redes sociais nada se…
Ler mais »
Sabemos que a planificação das refeições é algo muito importante para a nossa família, quando damos com o nosso petiz a trautear a canção “A Vida Toda”, da Carolina Deslandes, nos seguintes moldes:
“Fizemos pequeno-almoço para a vida todaaaa…”
1 – O “Laissez faire, laissez passer” O pai “laissez faire, laissez passer” sabe que a engrenagem está bem oleada. Habituou-se a intervir o menos possível, sob pena de colocar em risco o equilíbrio alcançado. 2 – O Autodidacta Após o diagnóstico do seu filho, o pai autodidacta decidiu que iria ler todos os documentos…
Ler mais »
A ideia de que a alergia alimentar não definiria o meu filho sempre fez todo o sentido para mim e, todos os dias, faço tudo o que está ao meu alcance para que assim seja. Mas, talvez por estar tão empenhada nesta tarefa, comecei a deixar que a condição de “mãe de criança com alergia alimentar” me comece a definir a mim e seja justificação para tudo, na minha vida. Nem eu tenho pachorra para mim, tal é a crise de verborreia (lembram-se deste tipo de mãe?) relacionada com o tema que me acometeu nos últimos meses. Pareço o Lobo Antunes a falar do Ultramar, com a única diferença que ainda não operei ninguém a sangue frio.
Eu, no elevador do prédio:
“Vizinha, atenção aí às migalhas da bolacha do seu filho. É que o meu é alérgico e blá, blá, blá…”
Eu, entre amigas:
“Sim, estou cheia de olheiras é que me deito tardíssimo, porque tenho de fazer as refeições do pequenino por causa da alergia e blá, blá, blá…”
Eu, com o início de uma pneumonia nas urgências:
“Pois tenho de ter cuidado, sobretudo porque o meu filho tem alergia alimentar e blá, blá, blá…”
Eu, num grupo de discussão online sobre marketing:
“Sim, o meu blogue em WordPress é sobre alergia alimentar, blá, bla, blá…”
Eu, no supermercado, dirigindo-me a uma perfeita estranha:
“Gosto de ler os rótulos. É por absoluta necessidade, pois o meu filho tem uma alergia blá, blá, blá…”
Eu, numa reunião de trabalho:
“O meu filho é alérgico ao leite e blá, blá, blá… (oh bolas, como é que eu comecei a falar disto neste contexto!?)
E, esta noite, eu a sonhar que estava no Quem Quer Ser Milionário a responder a uma questão sobre o quê? Isso mesmo! Alergia alimentar! Concretamente, sobre IGEs não mediadas. Pufffffffff…
Posto isto, façam-me um sinal se me virem falar demais.
Eu vou tratar-me, prometo.
Pequeno Copinho de Leite vê uma foto antiga dos pais na fase inicial de namoro, com um ar muito imberbe, sentados à mesa de um restaurante.
Segue-se a pergunta sacramental: “Onde é que eu estava?”
Ainda eu tecia considerações várias e altamente improvisadas sobre o facto de ele ainda não ter nascido, quando acrescenta:
“ONDE ESTAVA A MINHA COMIDA????” 😮 😮
Vou ficar uma semana longe do meu pequeno Copinho de Leite, pela primeira vez na minha vida. O tempo máximo que já fiquei longe dele foi cerca de 12 horas, quando tinha apenas um mês e pelos piores motivos: o falecimento da minha avó. Desde aí, não desgrudei nunca mais. Já lá vão três anos.
Racionalmente, sei que temos de aprender a delegar tarefas, a aceitar a ajuda de quem nos quer bem e, enfim, a respirar outros ares, mesmo que seja por motivos profissionais. Sei a teoria toda, agora colocá-la em prática é outra história.
E perante isto, o que é que uma mãe Copinho de Leite faz? Somatiza, claro!
Para já, e a escassos dias de viajar para um destino onde se registam agradáveis temperaturas de -2 graus, arranjei uma amigdalite daquelas mesmo beras, com direito a febres altíssimas com delírios incluídos. Pequena nota que torna esta história ainda mais singular e que evidencia a minha extraordinária capacidade de somatização: eu já não tenho amígdalas desde os sete anos!
Adivinham-se tempos divertidos.